The Culture of Rape is Debated: The Discord of Feelings between Journalism and Diário Gaúcho Readers
PDF
PDF (PT) (Português (Brasil))

Keywords

Journalism
Gender
Readers
Discourse
Diário Gaúcho

How to Cite

Stocker, P. C., & Dalmaso, S. C. (2018). The Culture of Rape is Debated: The Discord of Feelings between Journalism and Diário Gaúcho Readers. Brazilian Journalism Research, 14(1), 246–271. https://doi.org/10.25200/BJR.v14n1.2018.1025

Abstract

From the understanding of  journalism as a discursive gender (Benetti, 2008) which contributes towards maintaining consensual values in society (Hall et al, 1993), this article analyzes the discourse of readers on news stories from the Diário Gaúcho newspaper, published on the internet in June, 2016, addressing assaults on women in the city. Using post-structuralist feminist studies and the Discourse Analysis (DA) as theoretical support, 201 comments were examined, identifying four nuclei meanings: blaming the victim, naturalizing assault/instinct, relativizing assault and disqualifying journalism. These meanings were evidence of the discourse from these readers going towards crystallizing historical-cultural constructions on gender and social roles of men and women, justifying and emphasizing the importance of journalistic approaches that break from traditional cultural maps of meaning.

A partir do entendimento do jornalismo como gênero discursivo (Benetti, 2008) que contribui para manter os valores consensuais da sociedade (Hall et al., 1993), este artigo analisa o discurso dos leitores sobre a reportagem do jornal Diário Gaúcho, publicada na internet em junho de 2016, que aborda o assédio urbano a mulheres. Com aporte teórico dos estudos feministas pós-estruturalistas e por meio da Análise de Discurso (AD), foram examinados 201 comentários e identificados quatro núcleos de sentido: culpabilização da vítima, naturalização do assédio/ instinto, relativização do assédio e desqualificação do jornalismo. Tais sentidos mostraram que o discurso desses leitores opera para a cristalização das construções histórico-culturais sobre gênero e papeis sociais reservados ao feminino e ao masculino, o que justifica e ressalta a importância de abordagens jornalísticas que rompam com os tradicionais mapas culturais de significado.

A partir de la compresión del periodismo como género discursivo (Benetti, 2008) que contribuye a mantener los valores consensuados de la sociedad (Hall et al., 1993), este artículo analiza el discurso de los lectores sobre el reportaje del periódico Diário Gaúcho, publicado en internet en Junio de 2016, que aborda el acoso urbano a las mujeres. Con aporte teórico de los estudios feministas post-estructuralistas y por medio del Análisis de Discurso (AD), se examinaron 201 comentarios y cuatro núcleos de sentido se identificaron: culpabilización de la víctima, naturalización del acoso / instinto, relativización del acoso y descalificación del periodismo. Tales sentidos mostraron que el discurso de estos lectores opera para la cristalización de las construcciones histórico-culturales sobre género y papeles sociales reservados al femenino y al masculino, lo que justifica y resalta la importancia de enfoques periodísticos que rompan con los tradicionales mapas culturales de significado.
https://doi.org/10.25200/BJR.v14n1.2018.1025
PDF
PDF (PT) (Português (Brasil))

References

Alsina, M. (1989). La Construcción de la Noticia. Barcelona: Paidós

Amaral, M. F. (2006). Jornalismo popular. São Paulo: Contexto

Benetti, M. (2016) Análise de Discurso como método de pesquisa em comunicação. In C. P. Moura & M. I. V. Lopes (Eds.), Pesquisa em Comunicação Metodologias e Práticas Acadêmicas (pp.235-256). Porto Alegre: EDIPUCRS.

Benetti, M. (2007). Análise do Discurso em Jornalismo: estudo de vozes e sentidos. C. Lago, M. Benetti (Eds), Metodologia de Pesquisa em Jornalismo (pp. 107-122). Petrópolis: Vozes.

Benetti, M. & Dalmaso, S. (2014). Jornalismo, imaginário e leitores: os sentidos do real e da ficção sobre o avião desaparecido da Malaysia Airlines. Verso e Reverso, (28), 69, pp.166-173.

Benetti, M. & Reginato, G. (2014) O vínculo emocional do leitor ao jornalismo: estudo da revista Veja no Facebook. Revista Famecos: mídia cultura e tecnologia. (21),3, pp.878-896.

Benetti, M. (2008). O jornalismo como gênero discursivo. Galáxia, (15), pp 13-28.

Bonetti, A. (2007). Não basta ser mulher, tem de ter coragem. Uma etnografia sobre gênero, poder, ativismo popular e o campo político feminista de Recife – PE. Doctoral dissertation. Unicamp, Campinas, Brazil.

Bradshaw, P. (2014) Instantaneidade: efeitos da rede, jornalistas mobile, consumidores ligados e o impacto no consumo, produção e distribuição. In: J. Canavilhas (Ed.), Webjornalismo: 7 características que marcam a diferença (pp. 111-135). Covilhã: LivrosLabcom.

Bruns, A. (2014). Gatekeeping, gatewatching, realimentação em tempo real: novos desafios para o Jornalismo. Brazilian journalism research. (10), 2, pp.119-140.

Canavilhas, J. (Ed.) (2014). Webjornalismo: 7 características que marcam a diferença. Covilhã: LivrosLabcom.

Carvalho, F. C. & Mitoso, I. B. (2016). Novos ambientes, mesmas funções: o jornalismo profissional fomentando o debate sobre eleições nas redes sociais digitais. Brazilian journalism research. (12),3, pp.78-101.

Charaudeau, P. (2006). Discurso das mídias. São Paulo: Contexto.

Chartier, R. (1995). Diferenças entre os sexos e dominação simbólica. Cadernos Pagu (4), pp. 37-47.

Correia, J.C. (2011). O admirável mundo das notícias. Teorias e Métodos. Covilhã: Livros LabCom. Retrieved from http://www.labcom-ifp.ubi.pt/publicacoes/201509031123-o_admir__vel_mundo_das_not__cias__2011_.pdf.

Colouris, D. G. (2010). A desconfiança em relação à palavra da vítima e o sentido da punição em processos judiciais de estupro. Doctoral dissertation. Department of Philosophy, Letters and Human Sciences, University of São Paulo, São Paulo, Brazil.

Foucault, M. 1996 [1971]. A ordem do discurso. São Paulo: Edições Loyola.

Foucault, M. 2007. [1969]. A Arqueologia do saber. (7th ed.). Rio de Janeiro: Forense Universitária.

Franciscato, C.(2005). A fabricação do presente: como o jornalismo reformulou a experiência do tempo nas sociedades ocidentais. São Cristóvão: Editora UFS.

Gomes, W. (2009). Jornalismo, fatos e interesses. Ensaios de teoria do jornalismo. Florianópolis: Insular.

Gomis, L. (2004). Os interessados produzem e fornecem os fatos. Estudos em jornalismo e mídia (1),1, pp 102-110.

Grossi, M.P.(1998) Identidade de gênero e sexualidade. In: Antropologia em 1a mão, Florianópolis, UFSC/PPGAS.

Guerra, J. L. (2008). O percurso interpretativo na produção da notícia. São Cristóvão: Editora UFS.

Hall, S. et al. (1999). A produção social das notícias: o “mugging” nos media. In: N. Traquina (Ed.), Jornalismo: questões, teorias e estórias. (2a ed.) (pp. 224-248). Lisbon: Vega.

Heinrich, A. (2011). Network journalism: journalistic practice in interactive spheres. New York: Routled.

Louro, G.L. (2003). Gênero, sexualidade e educação: uma perspectiva pós-estruturalista. Petrópolis: Vozes.

Louro, G.L. (2004). Um corpo estranho: ensaios sobre sexualidade e teoria queer. Belo Horizonte: Autêntica.

Masip, P. et al. (2015). Audiencias activas e periodismo¿ciudadanos implicados o consumidores motivados? Brazilian jounalism research, (1), 1, pp.240-261.

Masip, P. (2011). Comentarios de las noticias: la pesadilla de los cibermedios. Anuario ThinkEPI. (5), pp.106-111.

Orlandi, E. P. (2007). Análise de discurso: princípios e procedimentos. Campinas, SP: Pontes.

Rago, M. (2004). Feminismo e subjetividade em tempos pós-modernos. In C. L. Costa, S. P. Schmidt (Eds.), Poéticas e Políticas Feministas (pp. 31-42). Florianópolis: Editora das Mulheres. Retrieved from http://historiacultural.mpbnet.com.br/feminismo/Feminismo_e_subjetividade.pdf.

Schudson, M. (2010) Descobrindo a notícia. Uma história social dos jornais nos Estados Unidos. Petrópolis, RJ: Vozes.

Shoemaker, P.J et al. (2010). Os leitores como gatekeepers das notícias on-line: Brasil, China e Estados Unidos. Brazilian journalism research, (6),1, pp. 58-83.

Stocker, P. & Dalmaso, S. (2016). Uma questão de gênero: ofensas de leitores à Dilma Rousseff no Facebook da Folha. Revista estudos feministas, (24),3, pp.679-690.

Swain, T.N. (2001). Feminismo e recortes do tempo presente: mulheres em revistas “femininas”. São Paulo em Perspectiva, 15(3).

Teixeira, M. O. (2014). A interação usuário x jornal em um site de redes social: indícios de uma mudança. Brazilian journalism research, (10),1, pp.192-207.

Traquina, N. (2002). Jornalismo. Lisbon: Quimera.

Veiga da Silva, M. (2014). Masculino, o gênero do jornalismo: Modos de produção das notícias. Florianópolis: Insular.

Copyright for articles published in this journal is retained by the authors, with first publication rights granted to the journal. By virtue of their appearance in this open access journal, articles are free to use, with proper attribution, in educational and other non-commercial settings.

 

Creative Commons License

This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.