Chaff, wheat, filters, and bubbles: a discussion on fake news, journalism, credibility, and affections at network times
PDF
PDF (Português (Brasil))

Keywords

Journalism
Fake news
Credibility
Fact-checking agencies
Affections

How to Cite

Moretzsohn, S. (2019). Chaff, wheat, filters, and bubbles: a discussion on fake news, journalism, credibility, and affections at network times. Brazilian Journalism Research, 15(3), 540–561. https://doi.org/10.25200/BJR.v15n3.2019.1188

Abstract

This paper seeks to situate historically the production of what is now called “fake news” and points out the misconception of establishing a dividing line in which the traditional press would be the sole source for reliable information, even though it was and still is the origin of much untrue or biased information. It criticizes the methods of the fact-checking agencies, which end up selling a false idea of objectivity. But above all, it points out the need to deepen the discussion about credibility at a time when reference information standards are challenged and beliefs seem to be allowed to prevail over the evidences. If arguments are useless in face of convictions, and if journalism is more than never necessary, the way to recover its role would have to be sought outside the rational field, in order to deactivate the affections that lead to the formation of bubbles refractory
to all criticism.

Este artigo procura situar historicamente a produção do que hoje se chama “fake news” e assinala o equívoco de se estabelecer uma linha divisória na qual a imprensa tradicional seria a exclusiva fonte para a informação confiável, mesmo porque ela própria foi e continua a ser a origem de muita informação inverídica ou deturpada. Critica os métodos das agências de checagem, que acabam por vender uma falsa ideia de objetividade. Mas, principalmente, aponta a necessidade de um aprofundamento da discussão sobre credibilidade, em um tempo em que os padrões da informação de referência são contestados e as crenças parecem autorizadas a prevalecer sobre as evidências. Se os argumentos são inúteis diante das convicções, e se apesar disso o jornalismo é mais do que nunca necessário, a saída para recuperar o seu papel precisaria ser buscada fora do campo racional para depois recuperá-lo, de modo a desativar os afetos que levam à formação das bolhas refratárias a qualquer crítica.

Este artículo busca situar históricamente la producción de lo que hoy se llama “fake news” y señala el equívoco de establecer una línea divisoria en la que la prensa tradicional sería la única fuente para la información confiable, incluso porque ella misma fué y sigue siendo el origen de mucha información falsa o engañosa. Critica los métodos de las agencias de chequeo, que acaban por vender una errónea idea de objetividad. Pero, principalmente, apunta la necesidad de una profundización de la discusión sobre credibilidad, en un tiempo en que los parámetros de la información de referencia son contestados y las creencias parecen autorizadas a prevalecer sobre las evidencias. Si los argumentos son inútiles ante las convicciones, y si a pesar de ello el periodismo sigue siendo necesario, la salida para recuperar su papel necesitaría ser buscada fuera del campo racional, para desactivar los afectos que llevan a la formación de las burbujas refractarias a cualquier crítica.

https://doi.org/10.25200/BJR.v15n3.2019.1188
PDF
PDF (Português (Brasil))

References

Agência Lupa. (2015) Como fazemos nossas checagens. Retrieved from https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2015/10/15/como-fazemos-nossas-checagens/

Agência Lupa. (2018, april 8). Três dados falsos e três verdadeiros ditos por Lula. In Folha de S. Paulo. Retrieved from https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/04/tres-dados-falsos-e-tres-verdadeirosditos-por-lula.shtml

Antunes, R. (2018). O privilégio da servidão. O novo proletariado de serviços na era digital. São Paulo: Boitempo.

Bellan, R. R. S. (2016). Por uma práxis noticiosa realista: da estética de Lukács ao jornalismo crítico-emancipatório de Genro Filho. Estudos em Jornalismo e Mídia, vol. 13, nº 2. Florianópolis: PósJor/UFSC, p. 88-97. DOI: 10.5007/1984-6924.2016v13n2p88

Boorstin, D. (1964). The Image. A Guide to pseudo-events in America. New York: Harper and Row.

Braga, R. (2012). A política do precariado: do populismo à hegemonia lulista. São Paulo: Boitempo.

Braga, R. (2017). A rebeldia do precariado. Trabalho e neoliberalismo no Sul global. São Paulo: Boitempo.

Bucci, E. (1996). Fatos e menos fatos. In I. FUSER (Org.). A arte da reportagem. São Paulo: Scritta.

Casale, D. (2017). Snakes have legs. [vídeo file]. Retrieved from https://www.youtube.com/watch?v=0HXMYm4k6w0

Charleaux, J. P. (2017, Jan. 23). Como a teoria dos ‘fatos alternativos’ escancara a ‘guerra’ entre Trump e a Imprensa. Nexo Jornal. Retrieved from https://www.nexojornal.com.br/expresso/2017/01/23/Comoa-teoria-dos-%E2%80%98fatos-alternativos%E2%80%99-escancara-a-%E2%80%98guerra%E2%80%99-entre-Trump-e-a-imprensa

Cornog, E. (2005). Let’s blame the readers. Is it possible to do great journalism if the public does not care ?. In Columbia Journalism Review. Retrieved from http://kurtrudder.blogspot.com/2005/02/lets-blame-readers-is-it-possible-to.html

Fontanille, J. (2017). Discursos, mídias, práticas e regimes de crença. Conferência no V Congresso Internacional da Associação Brasileira de Estudos Semióticos. Niterói: UFF.

Gans, H. (1979). Deciding what’s news: A Study of CBS Evening News, NBC Nightly News, Newsweek and Time. New York: Pantheon.

Genro Filho, A. (2012). O segredo da pirâmide. Para uma teoria marxista do jornalismo. Florianópolis: Insular. 2ª ed.

Guess, A., Nyhan, B., & Refler, J. (2018). Selective Exposure to Misinformation: Evidence from the consumption of fake news during the2016 U.S. presidential campaign. European Research Council. Retrieved from http://www.dartmouth.edu/~nyhan/fake-news-2016.pdf

Harvey, D. (1993). Condição pós-moderna. São Paulo: Loyola.

Kalil Filho, M. (2017). Análise semiótica do texto verbal e não-verbal. Notas de aula. Pós-Graduação em Leitura e Produção Textual. Rio de Janeiro: Universidade Estácio de Sá.

Lisboa, S. (2012). Jornalismo e a credibilidade percebida pelo leitor: independência, imparcialidade, objetividade, honestidade e coerência (master thesis). Porto Alegre: UFRGS.

Lisboa, S. & Benetti, M. (2016). Journalism as justified true belief. Brazilian Journalism Research. Brasília: SBPJor, v. 11, nº 2, p. 10-29. Retrieved from https://bjr.sbpjor.org.br/bjr/article/view/843

Miguel, L. F. (2018, April 8). Checando o fact-checking da Folha. In GGN. Retrieved from https://jornalggn.com.br/midia/checando-ofact-checking-da-folha-por-luis-felipe-miguel/

Moretzsohn, S. D. (2018, June 18). O terço do papa e o que realmente importa. In ObjETHOS. Retrieved from https://objethos.wordpress.com/2018/06/18/o-terco-do-papa-e-o-que-realmente-importa/

Newman, N. (2018). Digital news report. In Reuters Institute/University of Oxford. Retrieved from http://www.digitalnewsreport.org/survey/2018/overview-key-findings-2018/

Oxford Dictionaries. (2016). The word of the year is...”. Retrieved from https://en.oxforddictionaries.com/word-of-the-year/word-of-the-year-2016.

Palácios, M. (2018). Fake news e as agências de checagem: terceirização da credibilidade jornalística?. Atas do III Congresso sobre Culturas – interfaces da lusofonia. Braga: Universidade do Minho.

Safatle, V. (2015). O circuito dos afetos. Corpos políticos, desamparo e o fim do indivíduo. São Paulo: Cosac Naify.

Safatle, V. (2017, March 3). Um fascista mora ao lado. In Folha de S.Paulo. Retrieved from https://www1.folha.uol.com.br/colunas/vladimirsafatle/2017/03/1863080-um-fascista-mora-ao-lado.shtml

Schneider, M. (2015). A dialética do gosto. Informação, música e política. Rio de Janeiro: Circuito/Faperj.

Schneider, M. (2018). Pós-verdades e fake news no contexto político e social brasileiro. Aula inaugural proferida na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: UFRRJ.

Schudson, M. (1992). “The sociology of news revisited”. In J. Curran & M. Gurevitch (Orgs.). Mass media and society. New York, Edward Arnold, p. 141.

Sevcenko, N. (1996). O fim da História. In Atrator Estranho nº 19. São Paulo: NTC/ECA-USP.

Souza, H. (2018, June 14). Caso do terço vira provação para agências de fact-checking. In Opinião e Notícia. Retrieved from http://opiniaoenoticia.com.br/brasil/caso-do-terco-vira-provacao-paraagencias-

de-fact-checking/

Tuchman, G. (1993). A objectividade como ritual estratégico: uma análise das noções de objectividade dos jornalistas. In N. Traquina (Org.). Jornalismo: questões, teorias e ‘estórias’. Lisboa: Vega, p. 74 – 90.

Copyright for articles published in this journal is retained by the authors, with first publication rights granted to the journal. By virtue of their appearance in this open access journal, articles are free to use, with proper attribution, in educational and other non-commercial settings.

 

Creative Commons License

This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.