Resumo
Esta contribuição explora a relação entre as rotinas de trabalho tradicionais do jornalismo investigativo e rotinas emergentes do jornalismo de “dados”. Como as culturas jornalísticas europeias reagiram a esse fenômeno, geralmente considerado como um vetor potencial para uma profunda desestabilização de práticas profissionais já estabelecidas no campo? E, para além disso, em que medida elas provocaram uma redefinição das contornos – já imprecisos – de uma profissão que atualmente tem questionado o seu futuro? Este artigo busca examinar em que medida o discurso sobre o jornalismo de “dados” também reflete as práticas do jornalismo investigativo e, nesse sentido, a ética profissional e os ideias jornalísticos. Com esse objetivo, trabalhamos com dois casos europeus, o alemão e o grego. A comparação dos dois casos, por meio de uma análise detalhada da proximidade dessas práticas, permite entender o processo de estruturação do discurso profissional, os imaginários que o alimentam, e o destaca – por meio de uma visualização retórica – como a dimensão implícita aos discursos sobre o jornalismo de “dados” está profundamente relacionado à forma como a informação deve ser lida.Referências
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